Sucot: da cabana frágil ao abraço divino, uma análise antropológica e museológica do patrimônio imaterial judaico

Sucot é uma das celebrações mais belas do calendário judaico, vivida logo após o Yom Kipur, quando o indivíduo se purifica, é perdoado e inicia um novo ciclo com leveza e alegria; a tradição nos convida a construir a Sucá, cabana de três paredes e cobertura vegetal que deve deixar ver o céu, frágil por princípio e aberta ao tempo, na qual passamos os sete dias da festa realizando as refeições e, sempre que possível, também atividades cotidianas como leitura, estudo e convivência

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Yom Kipur, memória viva e identidade coletiva

Yom Kipur é o ápice do calendário judaico. Mais do que um dia de penitência, ele é um tempo de suspensão. A vida cotidiana se detém: não há alimento, não há trabalho, não há distração. O corpo se submete ao jejum para que a alma possa emergir com mais clareza. Do ponto de vista antropológico, é um rito de inversão, em que o que normalmente é vital (comer, beber, ocupar-se de si) é momentaneamente negado, para que outro plano da existência se torne central. É nesse vazio aparente que se manifesta a plenitude do sagrado.

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Rosh Hashaná, o tempo e a responsabilidade coletiva

Rosh Hashaná é mais do que a celebração de um novo ciclo. Ao se traduzir como cabeça do ano, ele nos convida a refletir sobre o sentido do tempo não apenas como sucessão linear de dias, mas como criação e reinício. A tradição judaica associa esses dias ao momento em que o mundo é colocado novamente em julgamento, como se a própria criação fosse revista a cada ciclo. A antropologia nos ensina que os rituais de passagem não apenas marcam a passagem do tempo, mas projetam normas de convivência e valores éticos. No caso judaico, trata-se de afirmar que cada geração é chamada a renovar sua responsabilidade diante da vida, da comunidade e do futuro.

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21 de Setembro – Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência 

Neste mês de setembro de 2025, em que se celebra no Brasil o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, apresentamos uma entrevista exclusiva em vídeo com a socióloga Marta Almeida Gil, referência nacional e internacional em inclusão, informação e acessibilidade. Na conversa, ela aborda sua trajetória, os avanços e desafios na garantia de direitos e o papel da sociedade para a construção de um país mais inclusivo.

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Dia do Historiador: celebrando os guardiões da memória 

Quando temos irmãos mais velhos, suas experiências servem para que nossos pais digam: “Não faça como seu irmão” ou “Siga o exemplo dele”. Independentemente de terem sido boas ou ruins, sempre há um relato a ser resgatado, um fato a ser registrado e uma lição que convida à reflexão. Isso traduz bem a missão dos historiadores, que, desde o princípio, acompanham a evolução do ser humano no tempo e as transformações da Terra ao longo dos anos. 

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DO LUTO AO AMOR: TISHÁ B’AV, TU B’AV E A RECONSTRUÇÃO DE UM BRASIL POSSÍVEL

O calendário judaico, como a própria alma do povo que o cultiva há milênios, não separa o lamento da esperança. É nesse entrelaçamento que se situam duas datas cuja proximidade no tempo revela um abismo de significados: Tishá B’Av, o 9 de Av, dia do luto nacional pela destruição dos Templos de Jerusalém, e Tu B’Av, o 15 de Av, a celebração do amor, da união e da possibilidade de reconstrução.

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25 DE JULHO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO-AMERICANA E CARIBENHA

No dia 25 de julho de 1992, foi realizado em Santo Domingo, na República  Dominicana, o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e  Caribenhas. O evento teve como pauta a luta contra a opressão de gênero, a  exploração e o racismo enfrentados pelas mulheres negras em diversas partes  do mundo. A partir desse momento, a data foi reconhecida pela Organização das  Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. 

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ENTRE A BELEZA E A MEMÓRIA: OS LIMITES ÉTICOS DA MEDIAÇÃO MUSEOLÓGICA EM INSTITUIÇÕES CULTURAIS

Este artigo nasceu a partir de uma conversa especialmente agradável com um jovem amigo, filho de um casal querido e próximo à minha família. Brilhante, universitário, e, o que é cada vez mais raro, dotado de um genuíno interesse pela história da arte, sempre guiado por uma sensibilidade ética e moral profundamente afinada com os valores aqui discutidos. Em homenagem a ele, David Rabinovitsch, dedico estas reflexões, por representar uma luminosa exceção em tempos em que a fruição estética é tantas vezes dissociada do compromisso humano que deveria acompanhá-la.

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DEIXADOS NO GELO: O PATRIMÔNIO COMO VÍTIMA DE UM SENILICÍDIO MODERNO

Em algumas comunidades inuítes do extremo norte da América, especialmente durante períodos de escassez extrema, foi documentada uma prática brutal e paradoxalmente ritualizada: o abandono deliberado de pessoas idosas. Em certas circunstâncias, quando a sobrevivência coletiva estava em risco, os mais velhos — por vezes de forma voluntária, por outras, de maneira induzida — eram deixados para morrer no frio, afastados da comunidade, sem provisões. Não há evidências consistentes de que fossem colocados à deriva em icebergs, como sugerem algumas lendas populares, mas há registros históricos e etnográficos de que, em momentos de fome severa, essa prática — conhecida como senilicídio — foi adotada como medida extrema de autopreservação do grupo.

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