Início » Retratos Revelados

Retratos Revelados

Retrato Adam Gettlinger

Retrato de Adam Getlinger

São Paulo, 24/02/2025

Foto: Moyra Madeira 

 

Adam Getlinger nasceu em Viena, Áustria, em 08/10/1937, filho de Herz Schaller, médico, e Adele Schaller, que morreu ao dar à luz. Em 1939, seu pai morreu na frente de batalha russo-polonesa, e Adam foi então criado pelo tio Maks Gettlinger, médico ginecologista-obstetra, e pela tia Lola, filha de Leon Spitzman. Tinha 4 anos quando foi levado para uma prisão, de onde fugiu e ficou escondido por uma mulher polonesa cristã até ser denunciado e novamente preso. Conseguiu fugir e se esconder em uma fazenda, acolhido por camponeses. De lá, foi para a floresta. Preso novamente, foi levado para o campo de concentração de Boryslaw, de onde fugiu para viver em um bunker na floresta, até encontrar seus pais adotivos no Gueto de Drochobycz em 1943. Com a chegada dos russos e o fim da guerra, permaneceu em Drochobycz, onde estudou. Em outubro de 1946, foi com sua família adotiva para Estocolmo, na Suécia, aguardando o visto para o Brasil. Recebeu o visto do embaixador brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas (“Justo entre as Nações”). Chegaram ao Rio de Janeiro em julho de 1947, optando por residir em São Paulo.

 

Retrato Adlena Maria Smilg

Retrato de Adlena Maria Smilg

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Mário Castello 

 

Adlena Maria nasceu em Wilno (em polonês) ou Vilnius (capital da Lituânia), em 14/12/1941, com o nome Dala. Sua família teve a casa invadida pelos alemães, sendo obrigada a usar a estrela amarela e levada para o Gueto de Vilnius. Os avós paternos foram executados em valas comuns, e o pai levado para trabalhos forçados, conseguindo fugir. Emigraram para o Brasil via Estocolmo, desembarcando em Santos em 26/03/1947. Em 1972, ela mudou o nome para Adlena Maria.

Retrato Alice Farkas

Retrato de Alice Farkas Z’L

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Moyra Madeira

 

 

Alice Farkas nasceu em Budapeste, Hungria, em 28/05/1932, filha de Jenö Reiner e Frida Furst (de solteira). Seu mundo desabou em maio de 1938, quando foram decretadas duas leis antissemitas que limitavam a atuação dos judeus em profissões liberais. Aos 6 anos de idade, viu seu pai ser levado para o Campo de Concentração de Buchenwald, na Alemanha, onde foi morto em 1942. Ficou com sua família no Gueto de Budapeste, após perderem sua casa e serem obrigados a usar a estrela amarela. Realizou trabalhos forçados e carregou defuntos em troca de 30g de pão para sobreviver. Em 17/01/1945, os soldados soviéticos chegaram ao gueto trazendo alimentos e libertando os sobreviventes. Com sua mãe, voltou para Budapeste, onde conheceu Miklos Farkas, com quem se casou.  Em 1956, resolveram deixar a Hungria, passando sete meses em Viena, onde nasceu sua filha Anna Maria. Em 16/09/1957, desembarcaram no porto de Santos, reconstruindo suas vidas em São Paulo. Alice faleceu em 22/10/2024.

Retrato Andrea Georgette Zaclis

Retrato de Andrea Georgette Zaclis

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Patricia Lens

 

Andrea Georgette nasceu em Budapeste, Hungria, em 24/06/1944, filha de Geza Havas e Goergette-Horvath Havas. Seus avós paternos eram Erno (Ernesto) e Terezia Imergit, e os avós maternos eram Béla Horvath e Arnaka Hollos. Os tios da Andrea, ao perceberem a situação conflituosa em que a Hungria se encontrava, fugiram para o Brasil. Seus pais não quiseram fugir, pois tinham uma boa condição financeira, e resolveram ficar. Ao invadirem Budapeste, os nazistas se apossaram da casa e de todos os bens dos seus avós e pais, que se esconderam em um bunker. Sua mãe estava grávida de Andrea, que, após o nascimento, foi batizada por freiras que entraram no bunker. Permaneceram escondidos até o final da guerra, emigrando para o Brasil e desembarcando no Rio de Janeiro em 30/06/1949.

 

Retrato Anna Kern Foto Mario

Retrato de Anna Kern

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Mário Castello

 

 

Anna Kern nasceu em Liege Hasselt, Bélgica, em 01/11/1934, filha de Wolf Silberstein, comerciante, e de Tema Fruchtgarden, dona de casa. Ela tinha apenas 6 anos quando seu sono começou a ser perturbado pelo barulho das botas militares dos oficiais da Gestapo. Eram obrigados a usar a estrela amarela costurada na roupa para identificar que eram judias. Entre 1940 e 1942, quando vieram buscar seu pai, ouviu a mãe chorando, sem entender o que estava acontecendo. Seu pai foi deportado e ela foi separada da mãe, que ficou escondida em outro lugar. Anna foi adotada por uma família cristã, protegida por um esquema articulado pelos partisans, membros da resistência belga. Após algum tempo, mãe e filha se reencontraram graças à resistência. Embarcaram para o Brasil, onde aportaram em 01/06/1947.

Retrato Ariela Segre e seu neto

Retrato de Ariella [Pardo] Segre e seu neto Marco Segre

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Moyra Madeira

 

Ariella Segre nasceu em Trieste, Itália, em 09/06/1940, filha de Ferrucio Pardo e Iris Volli Pardo, ambos de famílias de intelectuais italianos. Em 05/09/1938, as leis raciais publicadas por Mussolini “em defesa da raça na escola fascista”, trouxeram graves mudanças para a família. Com o Decreto-Lei de 06/10/1938, seu pai foi desligado do cargo de diretor do Istituto Magistrale, por ser judeu. A partir de novembro de 1943, a vida de todos os judeus italianos entrou em uma fase de risco, tornando-se insustentável. Resolveram fugir a pé até Milão, e de lá atravessaram os Alpes até a Suíça, onde permaneceram até julho de 1945. Retornaram para a Itália, onde Ariella conheceu Marco Vittorio Segre, médico, seu futuro marido, que vivia no Brasil. Casados, chegaram ao Brasil em 01/03/1960, onde tiveram quatro filhos.

Retrato de Gerhard Gleicher e esposa

Retrato de Gerhard Gleicher e sua esposa Colômbia

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Moyra Madeira

 

Gerhard Gleicher nasceu Czernovitz, Romênia, em 25/08/1937, filho de David (Dawid), nascido em Jadowa, Romênia, em 24/09/1903, e Regina Gleicher (Steinfeld de solteira), nascida na mesma cidade em 22/03/1908. Tinha 4 anos quando seu pai foi levado para um campo de trabalhos forçados, e ele permaneceu com a mãe e os avós paternos. Perdeu a liberdade, sofreu pela falta de alimentação, além de passar pelo constrangimento de portar documentos marcados pela palavra “hebreu” e ser obrigado a usar a faixa com a estrela de David. Boa parte de seus tios foi levada para campos de concentração. Em 1950, Gerhard e seus pais emigraram para Israel e, em 29/05/1955, veio para o Brasil, retornando no mesmo ano. 

 

Retrato Ewa Wendriner Gaj e Luis Gaj

Retrato de Ewa Wendriner Gaj e seu esposo Luis Gaj

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Moyra Madeira

 

Ewa Wendriner Gaj nasceu em Gleiwitz, Alemanha, em 15/11/1932, filha de Wally Loebman e Jorge Wendriner, irmã de Enrique. Frequentaram a sinagoga da região e a escola pública até o início da guerra, quando a Alemanha invadiu a Polônia. Eva tinha 7 anos. Na Noite dos Cristais, soldados nazistas invadiram sua casa onde estava somente a empregada católica. Perseguidos, foram obrigados a viver escondidos. Seu pai, delatado como judeu, foi levado para Buchenwald. Em 1940, a família fugiu de trem até Gênova, onde embarcaram no navio Horácio que incendiou no meio da noite. Muitas pessoas morreram, mas conseguiriam nadar até a costa da França, sendo resgatados pelo navio Conte Biancamano, que os trouxe de volta à Itália. Após três semanas, retomaram a viagem com o navio Augusta, chegando no Peru e, de lá, seguiram de trem para a Bolívia. Desembarcaram de trem em Corumbá em 10/05/1952.

 

Retrato Gisela Tobias de Levy

Retrato de Gisela Faibis de Levy

São Paulo, 25/02/2025

Foto: Mário Castello

 

Gisela Faibis nasceu em Paris, França, em 16/11/193?, filha de Joseph Faibis e Sura Tobias, ambos romenos, refugiados na França há alguns anos. Em 25/09/1942, Gisela, seus pais, dois irmãos (Adele Leizer, 26 anos, e Lazar Faibis, 16 anos) e os filhos de Adele, Pierre, Silvan e Bernard (4, 3 e 2 anos), foram levados para a estação de trem e presos. Na delegacia, o avô de Gisela conseguiu avisar sua tia Raymonde, esposa de Herman Faibis, irmão mais velho de sua mãe, católica, que podia andar livremente sem o uso da estrela amarela. Herman era enfermeiro no exército francês e 21 anos mais velho que a mãe de Gisela. Raymonde foi ao encontro da família presa e, por falta de vigilância, conseguiu liberar as duas. Aqueles que ficaram presos foram levados para Auschwitz, onde morreram nas câmaras de gás. Gisela foi criada pelo casal Raymonde e Herman, pois seus pais faleceram. No entanto, não foi bem cuidada por eles e sofria maus-tratos. Veio para o Brasil em 19/03/1959.

 

Retrato Gyorgy Galfi e Yvette Galfi

Retrato de Gyorgy Galfi e Yvette Abinun  Galfi

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Mário Castello

 

Gyorgy Galfi nasceu em Budapeste, Hungria, em 22/11/1931, filho de um renomado empreendedor, atingido pela violência nazista, o que prejudicou a estabilidade financeira da família. Em 1940, com a invasão da Hungria pela Alemanha, foram obrigados a usar a estrela de David. O pai foi levado para trabalhos forçados e afastado da família. Quando Gyorgy tinha 12 anos, sua mãe implorou, na frente dele e de seus irmãos, que se suicidassem, mas foram eles que a convenceram a não fazer isso, argumentando que o pai, ao retornar, não sobreviveria sem a família. E deu certo. Foram deportados, vivendo vários dias em condições desumanas, até serem libertados. Chegou em Santos em 08/02/1957.

 

 

Retrato Halina Altman

Retrato de Halina (Szerman) Altman

São Paulo, 25/02/2025

Foto: Moyra Madeira

 

Halina (Szerman) Altman nasceu em Magnitorsk, Polônia, em 25/07/1940, sendo mais conhecida como Ala Szerman. O pai, Michal Moszek Szerman, militar do exército polonês, ao perceber que os alemães invadiriam a Polônia, fugiu com a família para o Gueto de Lódz, com Halina recém-nascida, e de lá foram para a Rússia. Permaneceram por muitos meses na fronteira, enquanto o pai trabalhava para os russos, e sua mãe, Frajda Szerjman, e uma tia cuidavam das crianças. Duas irmãs de Halina morreram por inanição. Ala foi a única que sobreviveu, por ter sido internalizada em um orfanato, onde ficou até 6 anos de idade. Após essa data, foi levada pela Cruz Vermelha para Breslau, onde reencontrou seus pais. Ficaram por lá até 1957, quando fugiram para o Brasil desembarcando em Santos em 22/05/1957. Halina naturalizou-se brasileira em junho de 1981. 

 

Retrato Hans Freudenthal

Retrato de Hans Freudenthal

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Mário Castello

 

Hans Freudenthal nasceu em Berlim, Alemanha, em 01/05/1928. Em maio de 1944, seus pais e duas irmãs foram levados em caminhões para o Gueto de Nagyvarad, no centro da Hungria, sendo transferidos para Auschwitz. Seu pai e ele ficaram no bloco nº 7, e suas duas irmãs em outro bloco, onde Blima morreu e Sara sobreviveu. Ele e seu pai foram levados de trem para o Gueto de Varsóvia, onde trabalharam na demolição e remoção de ruínas. Lá, ele trabalhou descascando batatas até a chegada do Exército Soviético. Separado do pai, foi levado de trem pelos nazistas em fuga, passando por Dachau, Waldlager, Mühldorf e Feldafing. Foi salvo pelas tropas americanas e permaneceu na Polônia até o final da guerra. Foi com a família para a Suécia e, de lá, para o Brasil.

 

Retrato Irene Freudeheim

Retrato de Irene Freudenheim

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Jacob Bosch Contreras

 

Hans Freudenthal nasceu em Berlim, Alemanha, em 01/05/1928. Em maio de 1944, seus pais e duas irmãs foram levados em caminhões para o Gueto de Nagyvarad, no centro da Hungria, sendo transferidos para Auschwitz. Seu pai e ele ficaram no bloco nº 7, e suas duas irmãs em outro bloco, onde Blima morreu e Sara sobreviveu. Ele e seu pai foram levados de trem para o Gueto de Varsóvia, onde trabalharam na demolição e remoção de ruínas. Lá, ele trabalhou descascando batatas até a chegada do Exército Soviético. Separado do pai, foi levado de trem pelos nazistas em fuga, passando por Dachau, Waldlager, Mühldorf e Feldafing. Foi salvo pelas tropas americanas e permaneceu na Polônia até o final da guerra. Foi com a família para a Suécia e, de lá, para o Brasil.

 

Retrato Joshua Strul

Retrato de Joshua Strul

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Jacob Bosch Contreras

 

Joshua Strul nasceu em Moineshti, Romênia, em 09/05/1933, filho de Roza (Carniol) e Fischel, comerciante de cereais, e irmão de Leon, Herman, Emanuel, Michel, Carol e Villy. Entre setembro de 1940 e agosto de 1944, a Romênia ficou sob o comando de Ion Antonescu, aliado da Alemanha. Em outubro de 1941, os judeus foram expulsos de Moineshti e confinados no Gueto de Bacău, sob pena de serem fuzilados. Ali, seu irmão Villy morreu de inanição aos 2 anos, em 1942. Um decreto da Gestapo confiscou todos os bens dos judeus. Quando a guerra terminou, voltaram para Moineshti e, em 1950, foram para Israel. Emigraram para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro em 20/09/1956. Hoje, Joshua é casado e tem 4 filhos.

 

Retrato Käthe Muller

Retrato de Käthe Müller

São Paulo, 25/02/2025

Foto: Patricia Lens

 

Käthe Müller nasceu em Breslau, Alemanha, em 02/06/1934, filha de Michael Martin Neumann (Ober Glogau, Alemanha, 21/04/1894) e Erna Neumann, nascida Lewinski em Loslau (então Alemanha) em 07/09/1904. Em 1937, seu pai recebeu um convite para viajar ao Brasil com seu filho Walter. Käthe, sua irmã Hanna e a mãe Erna permaneceram em Breslau durante a perseguição nazista, sendo forçadas a vender todos os bens, incluindo uma loja de couros e peles. Em 09-10/11/1938, testemunhou a Kristallnacht (Noite dos Cristais). Em agosto de 1939, embarcaram no navio Antônio Delfino, que não conseguiu aportar no Brasil. Após dias em alto-mar e negociações, foram transferidas para o navio Duque de Caxias, que obteve permissão para atracar no Brasil em 09/09/1939.

 

Retrato Liselotte Barochel

Retrato de Liselotte [Renate] Barochel

São Paulo, 25/02/2025 

Foto: Jacob Bosch Contreras

 

Liselotte Barochel nasceu em Leiden, Holanda, em 30/06/1938, filha de Betty Jacobsohn-Rothenberg e Hans Jacobsohn. Quando a guerra começou, sua família foi para a cidade de Utrecht, onde Liselotte foi entregue aos cuidados dos Wattel, uma família cristã com dez filhos, fabricantes de instrumentos musicais (órgãos), residentes à beira de um canal, onde os navios de guerra ancoravam e recebiam diretamente a visita dos soldados alemães. Seu pai, jornalista com ideais socialistas e combatente do nazismo, escondeu-se em uma casa junto com um grupo de colegas, mas foram denunciados, detidos pela Gestapo e, mais tarde, deportados para Auschwitz. Segundo a Cruz Vermelha, seu pai morreu em Auschwitz em 31/05/1944. Sua mãe conseguiu sobreviver escondendo-se em casas de famílias holandesas. Ao final da guerra, em maio de 1945, a mãe foi buscá-la. Liselotte desembarcou no Brasil em 25/05/1950.

 

Retrato Louis Frankenberg e sua esposa

Retrato de Louis Frankenberg e a esposa Helena Beatriz

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Patricia Lens

 

 

Louis Frankenberg nasceu em Alkmaar, Holanda, em 08/10/1936, em uma família judia, liberal, de ascendência alemã, tendo Eva como sua única irmã. Tinha 4 anos quando os nazistas invadiram a Holanda, obrigando a família a entregar a casa e a livraria. Com medo da perseguição nazista, seus pais se separaram de Louis e Eva, que foram enviados para viver como crianças católicas em um internato. Seus pais ficaram escondidos em um porão até serem capturados e mortos na câmara de gás. Louis ficou por sete meses em um “orfanato” no Campo de Westerbork, onde conseguiu um certificado falso de batismo, emitido pela Igreja Reformista da Holanda. Em setembro de 1944, foi enviado a Theresienstadt, na República Tcheca, onde ficou até o fim da guerra. Aos 9 anos, deixou os campos de concentração. Viveu em internatos e passou por diversas famílias. Reencontrou a irmã, que havia sido acolhida pela resistência holandesa. Uma ONG, dedicada a ajudar órfãos do Holocausto, localizou a avó e a tia deles, residentes em Porto Alegre. No ano seguinte, Louis e Eva desembarcaram no Rio de Janeiro e rumaram à capital gaúcha.

Retrato Margarit Herzberg

Retrato de Margrit Holzheim 

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Jacob Bosch Contreras

 

Margrit Holzheim, de solteira, nasceu em Berlim, Alemanha, em 20/01/1933, filha de Herta Holzheim (nascida em 1902) e Fritz Holzheim, advogado, cuja licença foi cassada pelo regime nazista. Sem condições de sustentar a família, ele deixou a Alemanha e veio sozinho para o Brasil, a fim de investigar a possibilidade de se estabelecer junto com sua família. Desembarcou em Santos em 30/04/1937. Em 18/12/1937, sua esposa Herta e as filhas Lieselotte e Margrit, com 8 e 4 anos, respectivamente, desembarcaram no Rio de Janeiro. Em São Paulo, hospedaram-se em uma modesta pensão e, mais tarde, mudaram-se para uma casa alugada. Os avós paternos, Moritz Israel Holzheim e Doris Sara Holzheim, desembarcaram no Brasil em 22/02/1941.

 

Retrato Margot Bina Rothstein

Retrato de Margot Bina Rotstein

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Mário Castello

 

Margot Bina (Chmielnik de solteira) nasceu em Berlim, Alemanha, em 23/03/1932. Seu pai, Lajb Chmielnik, polonês e comerciante, foi à Alemanha aos 20 anos, onde se casou com Elza Chmielnik, também polonesa. Com 5 anos, Margot frequentou o Kindergarten, onde sofreu bulling por ser judia. Após a Noite dos Cristais (9-10/11/1938), a família fugiu de trem para Marselha, onde embarcaram no navio Columbus com destino ao Brasil, mas foram impedidos de desembarcar. Seguiram para o Chile e, de lá, para a Bolívia, único país que os aceitou.  Vieram para o Brasil com visto do Consulado Brasileiro em La Paz, entrando por Campo Grande. Desembarcaram no aeroporto de São Paulo em 04/02/1947.

 

Retrato Margot Sara Horovitz

Retrato de Margot Sara Horovitz

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Mário Castello

 

Margot Sara Horovitz nasceu em Berlim, Alemanha, em 02/10/1931. Perseguida pelo regime nazista, viveu escondida em um internato e, de lá, fugiu para a floresta. Conseguindo chegar a Hamburgo, embarcou em um navio com destino ao Brasil, desembarcando em Santos em 29/06/1939.

 

Retrato Monika Rat

Retrato de Monika Rat

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Patricia Lens

 

Monika Rat nasceu em Necle, Polônia, em 14/09/1944, filha de Ginde Libe Kwiatkowska e Jakob Lejzer Kwiatkowska. Cinco irmãos e seu pai esconderam-se em um convento e, ao serem descobertos pelos nazistas, foram deportados para Auschwitz. Sua mãe, por estar grávida, foi separada e levada para um campo de refugiados. Após alguns meses, ao receber a notícia de que seu marido e filhos haviam sido mortos, ficou muito doente. Levada para um hospital na Bélgica, deu à luz a Monika em 14/09/1944. Sua mãe se culpou por muitos anos por ter deixado seus irmãos escondidos naquele convento. Um tio que já estava no Brasil conseguiu trazê-las para São Paulo em 10/12/1946, onde recomeçaram a vida. Ao desembarcarem, Monika tinha apenas dois anos. Sua mãe faleceu muito jovem, com apenas 52 anos, pois sofreu muito durante sua vida toda.

 

Retrato Miriam Zalcman Z L

Retrato de Miriam Zalcman Z’L

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Moyra Madeira

 

Miriam Zalcman nasceu em Horodenka, Polônia, em 14/01/1933, filha de Josef e Pescia Rosenfeld. Em 1939, os nazistas invadiram sua casa, onde seu pai e tios foram assassinados. Miriam tinha apenas 7 anos e, a partir dessa data, ficou escondida com sua mãe por uma família polonesa. Ambas trabalhavam no campo, o que lhes permitiu sobreviver. Vieram para o Brasil em 18/02/1956, onde Miriam se casou com Jacob Zalcman, polonês nascido em Goszkow em 08/09/1922. Miriam faleceu em São Paulo, em 10/01/2024.

 

Retrato Ruth e Lejbus Czeresnia

Retrato de Ruth Czeresnia e seu esposo Lejbus

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Jacob Bosch Contreras

 

Ruth Czeresnia nasceu em Berlim, Alemanha, em 15/04/1934, filha de Vilmos e Cilla Stillman, proprietários de uma loja de “armarinhos”, onde vendiam material para costura. Após as Leis de Proteção à Raça, as perseguições aos judeus se tornaram mais intensas, seus pais ficaram sem trabalho e sem rendimentos. Ruth foi proibida de frequentar a escola, de usar a piscina e os parque públicos. Seu tio materno, Max Zien, sua esposa e filhos foram enviados para um campo de concentração e assassinados. Outro tio materno, Sigmund Zien, solteiro, fugiu para a Bolívia, passou por dificuldades e retornou a Berlim após o término da guerra, onde faleceu de causas naturais. O pai, Vilmos, fugiu para a Itália, deixando Ruth sozinha com sua mãe na Alemanha, que cuidou dela com muita dificuldade. Após a Kristallnacht (Noite dos Cristais), oficiais alemães, clientes de sua mãe, que trabalhava com peleteria, a orientaram a fugir da Alemanha o mais rápido possível. Chegaram ao Rio de Janeiro em 26/12/1938, com uma única mala de mão e cinquenta marcos alemães.

 

Retrato Ruth Margot Jablonsky Bieber

Retrato de Ruth Margot Jablonsky Bieber

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Moyra Madeira

 

Ruth Margot nasceu em Cottbus, Alemanha, em 21/10/1927, filha de Dina Bieber Fuchs Jablonsky e Curt Jablonsky Joel. A família era proprietária de uma casa de três andares na rua principal de Cottbus, onde, no térreo, funcionava a loja de sapatos do avô, que posteriormente foi ocupada pelos nazistas. Ruth testemunhou a sinagoga em frente à sua casa sendo incendiada. A família emigrou para o Chile entre 1960 e 1962, e depois para o Brasil, onde Ruth desembarcou por Viracopos. Pediu a naturalização em 1962. Casada com Heins Kleemann.

 

Retrato Sara Lewin e um amigo

Retrato de Sara [Surka] Lewin e um amigo

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Moyra Madeira

 

Sara Lewin nasceu em Bolesławiec, província de Lódź, Polônia, em 20/01/1926, filha de Idel Icek e Bajla Bergman Icek, ambos de Bolesławiec. Tinha apenas 3 anos quando os pais emigraram para a Bélgica em busca de trabalho, indo morar em Seraing, onde o pai conseguiu emprego como operário em uma metalúrgica, e a mãe costurava para ajudar a sobreviver. Sara frequentava uma escola pública, além de estudar piano com a professora Jeanne. Seus pais compraram um piano, e com 11 anos, Sara entrou para o Conservatoire Royal de Musique de Liège. Em 12/05/1940, quando a Bélgica foi invadida pelos alemães, fugiram para Marselha, onde ficaram nove meses em um campo para refugiados, mas voltaram para a Bélgica. Entre 23/10/1940 e 21/09/1942, os alemães aplicaram 17 decretos antissemitas, e o pai foi deportado para o Campo de Concentração de Malines em 31/10/1942, sendo assassinado em Buchenwald em 1943. Ajudadas pela resistência, Sara e sua mãe ficaram escondidas até o final da guerra. Voltou a frequentar o conservatório de Liège até decidirem ir para Israel, onde Sara conheceu e casou-se com Symcha Lewin, em 1949. De Israel, foram para a França e, de lá, vieram para o Brasil, desembarcando em Santos em 12/12/1956.

 

Retrato Sonia Steiner

Retrato de Sonia Steiner

São Paulo, 24/02/2025

Foto: Patricia Lens

 

Sonia Steiner nasceu em Antuérpia, Bélgica, em 02/09/1938, filha de Joseph Steiner e Wiktorya Buttner.
Ela tinha apenas 4 anos quando seu pai, proprietário de uma fábrica, foi preso pelos nazistas. A mãe, ao ser denunciada, deixou Sonia aos cuidados de alguns amigos e se escondeu na casa de conhecidos. Sonia foi colocada em um orfanato, onde conviveu com várias crianças não judias. Mais tarde, graças à resistência belga, a família uniu-se novamente. Vieram para o Brasil em 16/07/1951.

 

Retrato Stefan e esposa

Retrato de Stefan Flieg e sua esposa Vera

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Jacob Bosch Contreras

 

Stefan Flieg nasceu em Chemnitz, Alemanha, em 02/07/1929, filho de Karl Israel (nascido em Schrimm) e Sara Emma Eva Flieg (nascida Schafer em Dresden, Alemanha). Irmão de Hans Günther Flieg (1923-2024), seis anos mais velho. A família mantinha uma fábrica de confecções em Chemnitz, boicotada pelos nazistas. Expulsos da escola por serem judeus, Stefan e Hans passaram a ter aulas em um campo de futebol e dentro de uma sinagoga. Após a Kristallnacht (Noite dos Cristais) em 09-10/11/1938, quando sinagogas foram queimadas e destruídas, a família refugiou-se no Brasil, desembarcando em Santos em 08/12/1939. Em São Paulo, Stefan manteve a Casa de Bordados Flieg, fundada em 1939.

 

Retrato Stefan Lippman

Retrato de Stefan Lippman

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Jacob Bosch Contreras

 

Stefan Lippman nasceu em Berlim, Alemanha, em 16/03/1935. Seu pai ficou na Alemanha, enquanto sua mãe e ele foram para a Bélgica. Ela trabalhou como empregada doméstica na casa de uma família belga e o escondeu em um convento católico, onde estavam outras crianças judias. Nessa época, ele tinha 6 ou 7 anos, sendo levado para vários lugares, incluindo o Chateau Prince Beaudoin, sob o nome falso de Ettienne Campenhout. Sua mãe permaneceu escondida, trabalhando como funcionária doméstica, e, após a guerra, encontrou-o em uma instituição católica em Namur, com a ajuda de uma organização judaica. Ele nunca mais viu seu pai, mas soube pelo Yad Vashem que ele morreu em Auschwitz. Da Bélgica, onde frequentou uma escola em Bruxelas, veio para o Brasil em 12/12/1946.

 

Retrato Sylviane Lassu

Retrato de Sylviane Denise Maria Lassu

São Paulo, 18/06/2023

Foto: Moyra Madeira

 

Sylviane Denise nasceu em Paris, França, em 07/06/1942, filha de Jules Antoine e Barbe Lassu. Ela e sua mãe conseguiram sobreviver às atrocidades implementadas pelas ações nazistas após a ocupação, em maio de 1940. Durante a ocupação, os judeus foram deportados para campos de concentração, como o de Drancy, de onde eram encaminhados para Auschwitz, entre outros campos. Apesar da obrigação de os judeus usarem a estrela amarela costurada em suas roupas para identificação, a Sra. Barbe, mãe de Sylviane, se recusou a usá-las, o que ajudou a salvar suas vidas. Ficaram lá escondidas até o final da guerra e, em 1946, embarcaram em um navio rumo ao Brasil. Desembarcaram no Rio de Janeiro em 01/12/1946.

 

Retrato Veronika Konrad

Retrato de Veronika (Spirer) Konrad

São Paulo, 18.06.2023.

Foto: Jacob Bosch Contreras

 

Veronika Konrad nasceu em Budapeste, Hungria, em 16/07/1932, filha de Iren Löwy e Alexander (Sándor) Spierer. Durante a guerra, ela e a mãe foram levadas para um gueto, onde tinham horários para sair e eram identificadas por vestimentas. Foi um período muito conturbado para elas. Após a guerra, foi viver na Áustria, onde recebeu um salvo-conduto para o Brasil, chegando em Santos em 17/05/1957. Seus pais vieram em 05/02/1958.