Nos dias 16, 22 e 23 de março de 2025, a peça Um Simples Judeu retorna ao palco do Teatro Unibes Cultural para uma segunda e curta temporada. Inédita no Brasil, a peça escrita pelo suíço Charles Lewinsky e traduzida por Sylvia Lohn – é dirigida por Carlos Baldim, com interpretação de Ricardo Ripa e direção de arte de Rosa Berger.
O monólogo acompanha Emanuel Goldfarb, um jornalista que recebe um singelo convite: comparecer a uma aula para explicar aos alunos o que significa ser judeu. A princípio, a proposta parece simples, mas desencadeia nele uma profunda reflexão sobre sua identidade. Com o autêntico humor judaico, ele revisita sua ancestralidade e resgata memórias há muito tempo adormecidas. Entre emoção e ironia, Goldfarb percorre sua trajetória familiar, a diáspora judaica ao longo da história, as tradições e a hereditariedade, abordando tudo com inteligência, humor e sensibilidade.
A montagem foi idealizada pelo próprio ator com o objetivo de estimular o diálogo sobre diversidade cultural sem recorrer a estereótipos. O espetáculo não se restringe à comunidade judaica – suas apresentações ao redor do mundo, em países como México, Alemanha e Argentina (onde permaneceu em cartaz por mais de cinco anos), conquistaram plateias diversas e entusiasmadas. Na Alemanha, a peça chegou a ser adaptada para o cinema.
Desde o título, Um Simples Judeu já provoca um olhar questionador, pois um judeu pode ser muitas coisas – “simples” certamente não é uma delas. Além do humor característico, a peça carrega uma forte dimensão política e social. O diretor Carlos Baldim ressalta que “o texto é inteligente, ácido e bem-humorado, mas vai além do universo judaico. Ele permite que o espectador estabeleça conexões com outras questões identitárias e sociais. O preconceito e a intolerância não se limitam a um único grupo: são problemas universais”.
Produzida pela Notábile Filmes, a encenação é uma “dramédia”, com viés minimalista que destaca o trabalho do ator. “O foco está na reflexão do personagem sobre sua própria trajetória. A peça adota um conceito não realista que permite ao espectador se distanciar criticamente e, ao mesmo tempo, se identificar com as histórias narradas – mesmo que não seja judeu”, explica Baldim. Um dos recursos cênicos que reforça essa proposta é o diálogo do jornalista com a suposta presença do professor em cena, criando um jogo teatral que aproxima o público da discussão.
Duração: 60 min.
Gênero: Drama/Humor
Classificação: 10 anos
Ingresso:
Atenção: As apresentações dos dias 16 e 22/03 contarão com intérprete de libras.
Ficha Técnica:
Texto: Charles Lewinsky
Tradução: Sylvia Lohn
Direção geral: Carlos Baldim
Elenco: Ricardo Ripa
Cenografia e figurino: Rosa Berger
Direção de produção: Lia Levin
Historiadora e consultoria: Laura Trachtemberg
Mídias sociais: Lia Levin e Ricardo Ripa
Fotos: Ricardo Ferreira
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Realização: Notábile Filmes
Sobre o Autor e a Equipe:
Charles Lewinsky
Roteirista e dramaturgo suíço de origem judaica, nascido em Zurique (1946). Além de Um Simples Judeu, escreveu dezenas de peças e roteiros para cinema e TV, além de romances e livros de não ficção. Recebeu prêmios como Swiss Book Prize (Gerron, 2011) e Chaplin Award (Montreux, 1983).
Carlos Baldim
Diretor, ator e professor de teatro. Atuou no Núcleo de Investigação do Ágora e integrou a Cia Teatral Provisório-Definitivo. Dirigiu espetáculos premiados como DADESORDEMQUENÃOANDASÓ e Gangue (vencedor de três Prêmios FEMSA). Indicado ao APCA de Melhor Diretor e ao Aplauso Brasil de Melhor Elenco.
Ricardo Ripa
Ator formado pela Escola de Arte Dramática (EAD-USP), atuou em mais de 40 espetáculos, incluindo Sonho de Uma Noite de Verão (NY Shakespeare Festival), Ricardo III e Jardim de Inverno. Na TV, participou de novelas e séries como Terra e Paixão, Verdades Secretas II e Além da Ilusão. Fundador da Notábile Filmes, também atua como cineasta e roteirista premiado internacionalmente.
Rosa Berger
Designer e cenógrafa, fundadora do Grupo Notech Design, premiada no Brasil e no exterior. Assinou cenários e figurinos de montagens como O Corcunda Quaquá (Prêmio FEMSA) e Forever Young, sucesso de público com mais de dois anos em cartaz.
Sylvia Lohn (Tradutora)
Formada pela USP, especializou-se no Instituto Goethe. Tradutora de textos técnicos e literários, além de legendagens para cinema. Sua peça radiofônica Sou Toda Ouvidos foi transmitida pela WDR (Alemanha).
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