A artista Helena Lopes conversa com os psicanalistas David Levisky e João Frayze-Pereira, partindo das obras expostas na exposição Do Chão para o Chão e da experiência que resultou neste projeto.
A exposição, que fica em cartaz até 29 de outubro, assim como o livro de mesmo título, deriva de questões relacionadas à viagem da artista em busca de suas raízes e ancestralidade, e sobre colocar-se no lugar do outro. Em sua visita a Auschwitz, ela imaginou como deveria ter sido a vida naquelas condições. Chão craquelado, com fendas, com diversas colorações. Identificou personagens e imaginou histórias, estabeleceu paralelos com a história de sua família, que migrou para o Brasil ainda na primeira metade do século 20. O Museu Estadual de Auschwitz-Birkenau fica no local onde até 1945 funcionou o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O local inclui o campo de concentração principal de Auschwitz I e os restos do campo de concentração e extermínio de Auschwitz II-Birkenau. O museu da memória é um lugar de reflexão, de pensar sobre sua existência.
A exposição individual da artista Helena Lopes tem curadoria de Renata Azambuja e expografia de Gero Tavares.
Helena Lopes é pintora, gravadora e professora. Formada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, dedicava-se à gravura em metal. Sua primeira exposição ocorreu em 1980. Em 1986 recebeu uma bolsa de estudos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para desenvolver o projeto Cerrado: Fonte Geradora de Imagens em Gravura em Metal. Como professora, ao lado de Stella Maris Figueiredo Bertinazzo, fundou o Ateliê de Gravura, embrião do que mais tarde viria a ser o Núcleo de Gravura do Instituto de Artes da Universidade de Brasília. A partir de 1998, começa a dedicar-se à pintura, em diferentes suportes. Participou de várias exposições no Brasil e no exterior.
David Léo Levisky é psiquiatra e psicanalista didata pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), especialista em psicanálise de crianças e adolescentes pela Associação Psicanalítica Internacional (IPA) e PhD em História Social (USP). É autor dos livros: Meu pai, um desconhecido? (Blucher, 2022), Dicionário de Psicanálise de Casal e Família (Blucher, 2021), A Vida?… É logo ali, (Blucher, 2018), Pelos caminhos da violência – a psicanálise na prática social (Casa do Psicólogo, 3 ed., 2010), entre outros.
João Frayze-Pereira é psicanalista, membro efetivo e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e da International Psychoanalytical Association (IPA). Professor Livre Docente do Instituto de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte, da USP. Pós-doutorado em Estética na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. Coordenador do Grupo de Pesquisa / USP – Psicanálise Implicada na Arte: estética, clínica e crítica”. É autor de diversos livros e artigos, publicados no Brasil e no exterior, como O que é loucura (Coleção Primeiros Passos) e Arte, Dor: Inquietudes entre Estética e Psicanálise. Foi editor da Revista IDE Psicanálise e Cultura (2015-2020) e desde 2021 é Diretor de Cultura e Comunidade da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
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