Por Carolina Mestriner

22 de março de 2023. Enquanto os 193 Estados-Membros da ONU, junto à sociedade civil, jovens e especialistas na área, seguem debatendo um plano de ação global para enfrentar os problemas ligados ao consumo da água no planeta, o mundo assiste a desastres climáticos causados ora pelo excesso de chuvas, alagamentos, enchentes, ora por estiagens longas, que afetam a produção de alimentos, a vida animal e a saúde humana. 

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 6 é assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos. Parece uma tarefa óbvia, mas estamos longe disso. Estima-se hoje que cerca de 2 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à água segura no mundo, 35 milhões delas vivem no Brasil, e 10% desse número se refere a crianças e adolescentes. O acesso à água é mais um exemplo da injusta distribuição dos bens naturais e materiais no mundo.  Enquanto nações desenvolvidas consomem e poluem grandes volumes de água, países pobres ainda lutam para desenvolver redes de saneamento de esgoto e distribuição de água potável para suas populações.

A sensibilização sobre a importância da água passa por todas as esferas da sociedade, mas não há dúvidas de que são os governos e empresas os grandes responsáveis pelo sucesso ou fracasso desse desafio, começando por seus funcionários, seus processos de produção, seus produtos etc. Além de desenvolver ações relacionadas à conservação da água, à educação ambiental para o seu consumo consciente, é preciso dar o exemplo: não deixar poluir e não poluir, não abusar dos recursos hídricos usando-os de forma consciente e desenvolver/participar de ações e projetos de saneamento e despoluição do que já está contaminado. Há exemplos, meios e parceiros para isso. 

Pacto Global, por exemplo, é uma iniciativa da ONU direcionada exclusivamente a empresas, uma convocação global para que alinhem suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, e já possui mais de 19 mil membros em 160 países. A Rede Brasil, formada em resposta a essa convocação, é a maior das Américas, com mais de 1.400 signatários e participantes. Já o Instituto Trata Brasil  é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, formada por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. É possível acompanhar muitas ações e pesquisas sobre o tema da água nesses canais. 

Aproveite o dia 22 de março para ver ou rever o documentário “O Futuro das águas, desafio do século”, com direção de Camilo Tavares, premiado pelo filme “O dia que durou 21 anos” na França e EUA. O curta foi realizado pelas produtoras Nexo Filmes e Lavoura Santa, com patrocínio do Grupo Tigre, e pode ser visto gratuitamente no Youtube

Água limpa é um #DireitoHumano.

Fontes: Agência Brasil; Unicef Brasil; Pacto Global e Instituto Trata Brasil.

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