ONG Estou Refugiado auxilia imigrantes na busca por empregos no Brasil, com a criação de totem interativo que distribui currículos.
Por Karina Oliveira
Conflitos internos, perseguições, violência e fome. Essas são algumas das causas que forçam as mais de 65 milhões de pessoas a se deslocarem a outras regiões em busca de proteção e sobrevivência, de acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
São milhares de famílias que, junto ao local de origem, deixam para trás carreira, vida e história. Neste contexto, o Brasil se tornou um dos destinos para imigrantes de diferentes partes do mundo. Somente no país, existem 11.231 refugiados reconhecidos no Brasil, segundo pesquisa divulgada pelo Cômite Nacional para os Refugiados (CONARE).
Essa não tão nova realidade trouxe consigo novos desafios à acolhida de refugiados e sua regularização no país, para então reiniciar suas histórias com emprego, respeito e qualidade de vida.
E foi pensando nisso que a ONG Estou Refugiado criou, dentre suas iniciativas, o Totem Interativo de CVs Refugiados – Você Acredita em Destinos?.

Funciona da seguinte maneira: são embaralhados nomes de refugiados e, ao apertar o botão, o destino escolhe um deles, que surge na tela contando sua história. Ao final, é impresso o currículo do candidato e o participante é convidado a indicar ou mesmo oferecer um emprego à pessoa escolhida.
“Cruzamos o destino de uma pessoa que está procurando uma oportunidade de trabalho com a pessoa que ouviu essa história. E aí, essa história pode correr o mundo”, diz Juliana D’alcantara, voluntária do Estou Refugiado.
De acordo com Luciana Capobianco, diretora executiva da ONG, eles atendem cerca de 80 a 100 imigrantes mensalmente.
“A gente tem como objetivo devolver para esse refugiado que chega a profissão que ele exercia no país de origem, a que tenha a ver com a profissão dele ou a profissão que ele desejava e não conseguiu. Esse é o nosso modo sonhar”, explica.
Luciana ainda acrescenta que, atualmente, no banco de cadastros há em torno de 3 mil pessoas inscritas. “Nós já conseguimos recolocar no mercado de trabalho mais de 700 pessoas com carteira assinada”, conta.
O projeto nasceu há 5 anos e tem como missão principal divulgar mais amplamente o lema da ONG: O preconceito acaba quando a compreensão começa.
Diversidade e inclusão
No dia 28 de setembro, sábado, o Estou Refugiado apresenta a palestra Diverzoom, evento que debate a diversidade e inclusão social. A iniciativa conta com a participação de refugiados contando suas histórias e a cultura do país de origem. A programação acontece das 10h às 15h, na Unibes Cultural.