A 9ª edição do evento contou com mais de 15 atividades e a participação de personalidades dos setores público e privado.
Por Karina Oliveira
Como estaremos em 2030? Esta pergunta abriu a 9ª Virada Sustentável e permeou por todo o conteúdo de palestras do primeiro dia do evento, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (22/08).
Sediada na Unibes Cultural, a edição de 2019 contou com mais de 15 atividades e a participação de personalidades dos setores público e privado, que levantaram temas relacionados às Metas da Agenda 2030, promovidas pela ONU, debateram os desafios dos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o consumo consciente de alimentos, a mobilidade, a diversidade, a economia circular, a despoluição de rios, entre outros.



Com mais de 2,3 mil pessoas, o evento iniciou com a apresentação do cantor e ator Jairo Pereira, seguido pela canção-reza da cantora mineira Brisa Flow. Em discurso de abertura, a presidente da Unibes Denise Antão deu início ao fórum.
Priscila Claro, professora adjunta do Insper, Jorge Soto, Diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Maurício Voivodic, diretor executivo da WWF-Brasil e Patrícia Ellen, Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo participaram do “Painel de Abertura Virada Sustentável”, em debate sobre a necessidade de ação e resistência da sociedade e dos poderes públicos para garantir a harmonia do planeta.
“Sustentabilidade não é uma área, é uma competência e deve ser tratada como uma competência. Estamos tratando numa caixinha uma questão que deveria ser mais sistêmica”, afirmou Priscila Claro, que também atua como membro do Metricis – Núcleo de Medição para Investimentos de Impacto Socioambiental do Insper.
A professora também abordou a necessidade do desenvolvimento de pesquisas aplicadas voltadas para as massas. “Enquanto nós não conseguirmos nos comunicar com as massas, estaremos pecando”.
Alimentação X derperdício
Dentre as atividades da programação do período da tarde, a palestra “Comer Bem e Proteger o Planeta: A redução do desperdício de alimentos como aliada do desenvolvimento sustentável” apresentou possíveis soluções para reduzir o descarte de alimentos.
“1/3 de todos os alimentos não chegam na mesa ninguém. 800 milhões de pessoas passam fome no mundo.[…] Mas, só no Brasil, 41 mil toneladas de alimentos são desperdiçados”, falou Gabriel Monteiro, Coordenador de Comunicação e Marketing da ONG Banco de Alimentos.






“1/3 de todos os alimentos não chegam na mesa de ninguém”
Raissa Grandim, advogada, empreendedora e idealizadora da Bis2Biz, startup em formação com foco na redução do Desperdício de Alimentos nos supermercados, falou sobre as novas tecnologias desenvolvidas por empresas em diferentes países do mundo, como EUA e Nigéria, que reaproveitam alimentos que seriam descartados.
Lucio Silva, Head de Assuntos corporativos e Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil, falou sobre a necessidade dos supermercados também participarem dessa pauta pensando nos aspectos ambientais e econômicos. “A perda de alimentos representa prejuízos. Não só com o alimento, mas com o financeiro”, afirma.
Amazônia em foco

Com lotação de espaço, o painel “Meio Ambiente no Brasil: Avanços e Retrocessos” foi destaque no evento. Nele, foi discutido a problemática da Amazônia, das florestas do Brasil e a importância da atenção pública para a atual situação do meio ambiente. Além disso, os participantes abordaram a necessidade de expandir o diálogo entre a sociedade sobre a preservação do meio ambiente que ajude a driblar as fake news e estereótipos sobre o tema.
“Se a gente não participa, o custo da omissão e também o risco dessa omissão vai ser muito alto”, disse Maurício de Almeida Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil.
Participaram da palestra Asensio Rodriguez, diretor executivo do Greenpeace Brasil, Virgílio Viana, superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável, Marcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica, Maurício de Almeida Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, e Dal Marcondes, jornalista e editor da Envolverde, como moderador.
“O Debate precisa acontecer. Se os espaços de diálogo social estão sendo reduzidos, a gente precisa criar outros, seja ocupando as redes sociais, seja aproveitando o espaço da Virada ou criando rodas de conversa em nosso quarteirão”, Maurício de Almeida Voivodic.
O evento contou também com os painéis “O Desafio do Rio Pinheiros”, “Economia Circular do Plástico”, “Alimentação Regenerativa”, “Futuro da Energia”, “Reciclagem: os desafios da profissionalização”, “Água e Saneamento”, “Pimpex”, “Prêmio Abraps”, “Fashion Revolution” e “Jogando Luz no Lixo Invisível”.
Arte e resistência feminina
Além disso, houve a estreia da exposição “Mulheres do Xingu”, da fotógrafa paulistana Sitah, que apresenta jovens lideranças que lutam para ser protagonistas de suas vidas, sem serem representadas por homens. Elas estudam para entrar em novos cargos e profissões, e já assumem o lugar de articuladoras em movimentos e atos políticos. A mostra ficou em cartaz até o domingo (25/08).
Exposição “Mulheres do Xingu”. (Créditos: Kassia Macedo)