O Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro, é uma data que reafirma os princípios fundamentais que regem a dignidade e os direitos intransferíveis de todos os seres humanos. Um bom momento para relembrar nosso papel coletivo na evolução contínua dos acessos à justiça, igualdade e dignidade para todos.

Origens e contexto histórico

A Organização das Nações Unidas foi fundada menos de dois meses após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 24 de outubro de 1945, para promover a cooperação internacional, a paz e a segurança no mundo, tendo 51 países membros no momento de sua criação. Três anos depois, nasce a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela ONU em 10 de dezembro de 1948. O documento foi elaborado por uma comissão composta por representantes de diversos países, e liderada pela diplomata e ex-primeira-dama dos EUA, Eleanor Roosevelt, com o objetivo de defender os direitos fundamentais de todas as pessoas, independentemente de sua origem, raça, religião ou status. O mundo ainda estava chocado com as atrocidades e a destruição provocados por duas grandes guerras ocidentais em um intervalo de 21 anos.

30 artigos, uma visão universal

Os 30 artigos que compõem a Declaração Universal dos Direitos Humanos falam sobre diversas formas de direitos e liberdades, abordando questões que variam desde o direito à vida e à liberdade até a proibição de tortura, escravidão e discriminação. Uma visão universal que estabeleceu um padrão ético para além de fronteiras nacionais e culturais, afirmando que todos os indivíduos compartilham de uma humanidade comum.

Refugiados: uma urgência humanitária

Milhões de pessoas em todo o mundo fogem de conflitos, perseguições e desastres, enfrentando jornadas perigosas em busca de segurança. 

A crise dos refugiados é complexa, pois fala de diferentes tipos de deslocamento forçado. Desde refugiados de guerra até aqueles que fogem de perseguições étnicas, religiosas ou políticas, cada história é uma narrativa de resiliência e sobrevivência.

Compromissos globais e ações locais

A implementação de políticas de acolhimento e integração social é um compromisso que precisa ser garantido pelo governo. Iniciativas, como programas de aprendizado de línguas e acesso à educação, a documentos, ao primeiro emprego no novo país, são ações indispensáveis para auxiliar a reconstrução das vidas dos refugiados.

O Fórum Global sobre Refugiados, iniciativa liderada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), aborda como líderes, governos, organizações internacionais, setor privado e sociedade civil possuem uma responsabilidade compartilhada sobre o problema, enfatizando a necessidade de um envolvimento colaborativo entre países, organizações e setores para enfrentar a crise global dos refugiados. A edição deste ano acontece em Genebra, nos dias 13 e 15 de dezembro, e espera-se que traga soluções para esse drama humano que parece aumentar a cada ano com o início de novos conflitos e guerras, entre outros problemas.

Cultura como inclusão

Além das ações governamentais, a cultura emerge como um agente transformador na conscientização e inclusão de refugiados. A preservação e celebração das identidades culturais proporcionam um espaço para que os refugiados compartilhem suas experiências e contribuições.

Em junho, mês em que se celebra o Dia Mundial do Refugiado, realizamos na Unibes Cultural a 1ª edição do Festival Sou Refúgio, que contou com uma feira de artesanatos multiculturais, gastronomia, apresentações musicais e o principal: a partilha e o acolhimento por meio de histórias de vida! Por meio da Cultura, é possível conhecer e conectar-se com pessoas e histórias de outros lugares, ampliando o olhar sobre o mundo e o respeito pelo diferente.  

Outras Iniciativas importantes: 

Estou Refugiado

ONG criada em 2019, mas com atuação desde 2015, com o objetivo de ajudar na inserção de refugiados no mercado de trabalho brasileiro. Com direção de Luciana Capobianco, atua com a colaboração de voluntários, profissionais de Recursos Humanos, psicólogos e comunicadores.

ACNUR Brasil

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização dedicada a salvar vidas, proteger direitos e garantir um futuro digno a pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades devido a guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos. Presente em mais de 130 países, a ACNUR atua em conjunto com instituições nacionais e locais, organizações da sociedade civil, academia e o setor privado para que todas as pessoas refugiadas, deslocadas internas e apátridas encontrem segurança e apoio para reconstruir suas vidas com dignidade.

Sotaques do Mundo

O podcast criado em 2022 pelo casal de venezuelanos Marifer Vargas e Carlos Escalona é um importante canal de comunicação para a vida de imigrantes e refugiados no Brasil, feito por e para eles, com histórias e experiências contadas por quem viveu na própria pele os desafios e acertos na chegada ao novo país.

Empoderando Refugiadas
Uma iniciativa entre agências da ONU, (ACNUR), o Pacto Global da ONU no Brasil e a ONU Mulheres, focado na empregabilidade de mulheres refugiadas, solicitantes da condição de refugiada e migrantes que buscam no Brasil uma oportunidade de reconstruírem suas vidas.

Plataforma Refugiados Empreendedores

Ferramenta do ACNUR para apoiar o empreendedorismo de pessoas refugiadas, uma plataforma que pretende se consolidar como referência para o setor privado para a promoção de como fazer negócios com refugiados.

Emprendedoras Sin Fronteras

Uma cooperativa formada por mulheres costureiras, empreendedoras e imigrantes, que se juntaram no contexto da pandemia de COVID-19. Com um espaço de trabalho estabelecido na Casa do Povo, realizam produções têxteis em pequena e média escala em parceria com marcas. Dessa forma, atuam no circuito da moda de forma consciente e conseguem remuneração justa para suas participantes.